2010/11/17

construção

Subiu a construção como se fosse sólido; Ergueu no patamar quatro paredes mágicas; Tijolo com tijolo num desenho lógico; Seus olhos embotados de cimento e tráfego; Sentou pra descansar como se fosse um príncipe; Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo; Bebeu e soluçou como se fosse máquina; Dançou e gargalhou como se fosse o próximo... E tropeçou no céu como se ouvisse música. E flutuou no ar como se fosse sábado; E se acabou no chão feito um pacote tímido; Agonizou no meio do passeio náufrago; Morreu na contramão atrapalhando o público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário